Quando decidi vir para a Nova Zelândia tinha uma ideia sobre o minimalismo que o país pratica. Hoje, daqui, vejo - na real - o quando o país é desapegado de muitas coisas. E um dos fatos que mais me surpreenderam foi a diferença entre os salários dos cargos mais baixos e dos mais altos. Feliz e simplesmente, a diferença é mínima.

Atualmente, trabalho em um emprego bem básico, formal, braçal em uma empresa aqui da Nova Zelândia. Esse é um jeito muito eficiente de se aprender uma nova língua, ter ótimas experiências e conhecer o povo de um país; entre muitas outras coisas importantes para quem quer viajar pelo mundo. Na prática, meu salário é pago de acordo com a quantidade de horas trabalhadas na semana, ou seja, ao contrário do nosso Brasilzão, onde se recebe por mês, na NZ é por semana. Então vamos lá.

O que ganho é em torno de 15.50 dólares por hora de trabalho. Isto é apenas um pouco a mais que o salário mínimo daqui que é 14.75. Vamos arredondar para 15 para simplificar. Basicamente, o cargo acima do meu, no organograma da empresa, ganha apenas uns dólares a mais por hora. E isso vale para qualquer outro cargo dentro da estrutura das empresas neozelandesas. Por exemplo, do mais baixo cargo até o mais alto (mesmo em uma grande empresa) a diferença entre os salários gira em torno de no máximo 10 doláres em média. Ainda assim, apenas em situações bem específicas.

Até onde eu pude constatar aqui, não existe empresa na Nova Zelândia onde o "chefe" ganha o dobro ou mais do que o funcionário do cargo mais básico. Simples assim. E se você contar as responsabilidades das atribuições de cargos mais altos, vai chegar a conclusão que se você está num cargo de chefia, acaba ganhando menos que o salário mais baixo da empresa. É impressionante, não?

Tudo isso faz daqui um dos países com maior igualdade social em todos os sentidos. O dono da empresa consome os mesmos produtos que o funcionário da limpeza. O gerente frequenta a mesma padaria que o dono, que por sua vez, pode ter o mesmo carro que o carinha que é ajudante de cozinha. E não para por aí. Se por um acaso, faltar algum funcionário da empresa não houver ninguém para cobrí-lo, o próprio gerente vai lá e faz a função dele... o gerente, o líder acima do gerente e, inclusive, os próprios donos!


Acima de qualquer coisa, minimalismo no trabalho é um jeito inteligente de se administrar sem a vaidade de cargos e discrepância de salários. O resultado disso são pessoas mais felizes e empresas mais consistentes. É o resultado da administração e da remuneração conduzidas de forma igualitária.


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