Parece
até que foi ontem que estávamos todos nós redescobrindo
a interação dos relacionamentos na internet através do finado orkut. O que mudou até hoje com a multiplicação
das redes sociais? Apesar de seu lado saudável, continuam roubando nosso
tempo de forma bem sutil. Seja promovendo o consumismo ou até mesmo
controlando o emocional da gente através da timeline, como constatado nas últimas pesquisas sobre comportamento humano nas redes. Mais
malefícios que benefícios? Depende. As redes sociais “estreitam” as relações nos dois sentidos. Podem unir e afastar. A questão é importância
demasiada que damos a estas plataformas virtuais de comunicação. Te convido
a dar um tempo na linha do tempo, pensar sobre a desimportância das redes sociais e até onde elas são fundamentais
na sua vida.
Faz
um pouco mais de dez dias que deixei cair meu smartphone no chão de modo que sua tela se estatelou e acabei
ficando sem meu brinquedo para interagir
nas redes sociais. Era um hábito
acordar e dormir com uma toucheada
básica no display para saber as novidades. Para não ficar
sem contato, comprei um daqueles celulares baratos que só tem função de voz e SMS.
Aqui na NZ não tem assistência da marca do meu aparelho e nem sei por quanto
tempo mais ficarei sem o ditomal smartphone.
Devo consertá-lo mais pra frente. O importante é que isso me fez refletir ao
invés de querer ter um novo de última geração.
Como
deixarei de ter sempre a mão as atualiazações do facebook? E se pintar uma ocasião legal pra fazer um selfie no instagram? E se eu precisar usar um daqueles apps mão na roda para fazer alguma coisa? Será que as pessoas vão
pensar que estou as evitando porque deixei de responder o whatsapp na hora? Ou mesmo pensarão que algo aconteceu por diminuir
a frequência de postagens na minha timeline?
Quantas dúvidas! Pois é, isto mesmo,
o que esta grande importância que
atribuímos ao meio digital nos proporciona são dúvidas, muitas dúvidas. Nós nunca conseguiremos perceber as nuances reais dos relacionamentos na
forma digital.
Em muitas noites que dormi em hostels aqui na Nova Zelândia, as pessoas sempre passavam mais de uma hora no celular deitadas na cama antes de dormir. Fuçando, postando e atrapalhando o sono de cada um com suas telinhas reluzentes na escuridão do quarto. Que urgência é esta de clicar a todo instante? Porque nossos momentos não podem ficar mais apenas em nossas memórias?
Já parou pra pensar nisso? Em quanto tempo você gasta com redes
sociais, facebook, programinhas de
bate-papo ao invés de simplesmente viver o momento sem foto, sem selfie, sem neuras de botãozinhos que pipocam na linha do tempo? Imagine quantos quilômetros você já rolou com o mouse na linha
do tempo? E já
pensou se essa quilometragem rodada fosse (de
verdade) na estrada? Muita gente provavelmente já teria ido do Oiapoque ao
Chuí. Ou pelo menos teria tempo e
movimento suficientes para ir visitar um amigo em sua casa. Quem sabe até, parado
pra bater um papo despretensioso com o vizinho ao invés de passar o tempo todo
fazendo makeup de bits.
A enorme capacidade de enxergar dos nossos olhos, hoje focam muito mais
tempo em uma telinha de pouco mais de 5 polegadas. Desse jeito que vai, damos
uma importância tremenda a redes sociais, que se formam com menos consistência que uma teia de aranha,
daquelas que se alimentam de moscas domésticas. Não
seria bom estarmos mais na presença física, sentir mais os beijos, os cheiros, os abraços e
apertos de mão? Vamos gastar mais saliva, mais sola de sapato e sentir o real e
verdadeiro touch!
Rica Matsu
Escritor e agora tem um celular com MP3 que tem função de voz e até manda SMS
Escritor e agora tem um celular com MP3 que tem função de voz e até manda SMS
Bela reflexão! Eu mesma ja refleti sobre o quanto de tempo que perco nas redes sociais... E é um vício né? Automático! Tenho diminuído o acesso... Já que acesso durante o dia, tento usar o mínimo possível quando chega em casa...
ResponderExcluirValeu Bruna! É muito curioso o quanto a gente fica envolvido nas redes mas de forma virtual. Tem um lado muito bom como aquele de manter o contato com pessoas que estão longe, a tecnologia etc. Mas penso que gastamos tempo e energia muito muito muito além do necessário no mundo da "teoria digital". Tipo como vc falou é um vício, mas muito bem mascarado... :)
ExcluirOlá! Acho que é a primeira vez que leio seu blog; cheguei aqui por um link no Uma Vida Mais Simples. :)
ResponderExcluirA única rede social que eu tenho e realmente uso é o Skoob e mesmo assim porque me ajuda a ter um "controle" das minhas leituras.
Eu AMAVA o Orkut, usei muito na época, mas não tive a mesma paixão pelo facebook. Tentei ter perfil por lá, umas cinco vezes, mas desisti de vez no começo do ano passado e não sinto falta nenhuma. Mesmo caso com o whatsapp (que ainda tento) e twitter (também desisti). Nunca gostei muito do instagram, então foi fácil não ter conta lá.
Oi Andrea! Acho que tem um lado muito bom das redes sociais, mas são tantas que acabamos perdendo tempo demais. O facebook tem se tornado a nova "televisão". Bem como as demais redes, uma sai de moda outra entra e os relacionamentos reais ficam cada vez mais limitados pelo meio digital. Também curtia muito o Orkut, era menos "digitalizado".
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