Depois de 30 anos de carreira no banco, a pessoa pede demissão e diz que vai fazer uma oficina de Clown e virar palhaço. Isso é um absurdo! Dona Maria aos 89 anos decidiu trocar o dominó pela balada. Onde já se viu isso é um absurdo! Passou no concurso de Auditor da Receita Federal em primeiro lugar e não assumiu, preferiu montar uma banda de rock? Como assim! Isso é um absurdo! Não acredita em Deus??? Isso é absurdo! É demais pra minha cabeça. Ela acha que vai mudar o mundo. Isso é meio absurdo, não é não? O maior absurdo pode estar em não expressar a sua natureza durante a vida.

Os casos citados acima são exemplos da minoria chamada de absurda pelo senso comum. A grande maioria ainda mantêm os valores arcaicos da sociedade quando se trata de tomar as rédeas da própria vida. Assumir os maiores desejos do coração ou apenas segui-los parece incomodar muita gente. Quem você pensa que é para ser você mesmo? Esta pergunta é a tradução de todo esse absurdo que questionam por aí. Quando a maioria reprova nossas mudanças é mais energia negativa para a grande consciência que todos nós compartilhamos, ou seja, fica tudo ruim pra todos. Imagina se ao invés disso a maioria apoiasse as escolhas uns dos outros?

Se existe um atraso na nossa evolução é tudo por causa da baixa autoestima. Se adequar aos padrões tornou-se obrigatoriamente confortável. E conforto demais gera inércia. É muito mais aceitável se enquadrar como mais um exemplar para executar uma função a criar algo de novo. Então nossa própria autenticidade é deixada de lado, em segundo plano. Colocou a cabeça pra fora da caixa só pra olhar, já aparece um guardião do status quo pra fazer você olhar só para dentro. O engraçado é que se você conseguir alcançar o seu sonho sendo você mesmo e obter sucesso na jornada, os mesmos guardiões começam a mudar de opinião, a seu favor.

Antes de decidir mudar meu próprio status quo, arrebentar minha zona de conforto, eu estava sob uma nuvem de baixa autoestima. Uma baixa autoestima gerada justamente pelas tentativas de enquadramento social impostas desde criança. Se você aceita este enquadramento, ser você mesmo se torna: ter o emprego ideal, o carro ideal, o status ideal, a carreira ideal, a casa, o quarto, o casamento, o grupo social. Tudo precisa estar dentro do que é o ideal. E as ideias libertas, criativas e ilimitadas perdem seu prazo de validade.

Ser você mesmo é gostar de quem você é o quanto possível, ao ponto de cair fora de um mundo de padrões e enquadramentos, que jogam todo seu potencial num depósito de absurdos. Ser você liberta quem está ao seu redor para fazer o mesmo. Porque elas passam a se sentir mais elas mesmas quando perto de você. É contagioso. É a única epidemia que faz parte do destino da humanidade!

Texto publicado no site http://www.recalculandoarota.com.br em 12/12/2014.

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