Eu desisto, não quero mais brincar! É comum a gente falar assim quando as coisas vão mal. Muitas vezes insistimos tanto em conseguir alguma coisa até dar certo. Outras pessoas desistem por diversos motivos: medo, impaciência, frustração, indiferença. Aos olhos do senso comum desistir é sinal de fracasso. Em linguagem chula: o pedir arrego, o não deu conta. Este é um “conceito verde”. A desistência pode ser uma estratégia para corrigir o curso na jornada e, dessa forma, chegar mais rápido ao que se deseja.

Grande parte das pessoas desiste de seus objetivos por comodidade. Lá vem ela. É sempre ela: a Zona de conforto! Existe, hoje, a tendência crescente de optar pelo mais fácil, pelo menor esforço, pelo conveniente. As novas gerações estão chegando com esta característica. Os papais e mamães de plantão que nos digam. Chamo de “a filosofia do Jaiminho”. Todo mundo quer evitar a fadiga. Inclusive nós. A preguiça e a indolência são contagiosas, quando não se tem um objetivo definido. Nunca estaremos salvos de desistir diante de alguma situação. Porém, é válido fazer uma análise sobre a questão. A desistência pode ser saudável.

Ao contrário do nosso velho carteiro, muitas vezes não falta disposição. Insistimos bastante em determinada coisa que está na cara que não vai dar certo. Ou para fazer bonito, ou para cair na armadilha sorrateira da concorrência. No estilo “eu não posso ficar por baixo”. Agora, digamos que aquele conceito verde, citado antes, amadureceu e a pessoa vê a desistência de uma forma estratégica. Menos orgulhosa, não passional. Poderá ganhar tempo como se estivesse corrigindo o caminho ao pegar um atalho errado.


Há casos de estudantes universitários que abandonam o curso no último semestre para fazer outro em que se sentem mais motivados. Eles desistiram e com isso perderam muito tempo. Era melhor terminar logo e ter um diploma, certo? Quem sabe estariam perdendo tempo, também, em continuar num caminho que poderia levar a lugar algum. A carência de profissionais apaixonados pelo que fazem é muito grande no cenário atual. Tudo isso pode estar acontecendo por falta de desistência. Insistência em convenções supostamente tradicionais, em detrimento de um abster-se motivado por paixões.

Concurso público é outro dos paradigmas prestes a ser quebrado. Existe um mito de que se faz até passar, e depois, aí sim pode ingressar numa faculdade para “fazer o que gosta”. Pragmático, não? De outro lado, cresce em proporções ainda maiores os que optam por uma carreira com mais propósito. Profissionais estão desistindo de seus empregos formais para se dedicar ao que lhes ofereçam maior bem estar. Parar no meio de um curso está sendo visto como um acerto de rota, não mais como indecisão. São tendências das capas de revistas.

Muitos ainda desistem de suas metas ou desejos baseados em perda de energia, tendenciosos a sugestões alheias e imposições. Contudo, pode-se mudar de direção a qualquer momento. Desistindo mesmo, de forma saudável. A desistência que é sinônimo de renovação.

rica

2 Comentários

  1. Respostas
    1. Me questiono muito sobre desistir de alguma coisa. Tem gente que acha que desistir é sinal de fraqueza e assim persiste em coisas apenas por orgulho. Então se for para o bem, desistir na hora, né. :D

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