Em 2014 criei o projeto Destralha quando iniciava minha jornada de autoconhecimento. Era somente um blog onde eu contava minhas primeiras experiências de uma vida minimalista. Me desfiz de muita coisa procurando sentido para minha vida. Isso me deu um novo fôlego depois de descobrir que há anos carregava comigo o peso de uma depressão que eu não tinha consciência. Além do mais importante que foi descobrir a causa da dor da minha alma. Daí em diante, as ideias foram amadurecendo e me dediquei a ir mais fundo para trazer algo que pudesse me ajudar e assim ajudar os outros.

O que não esperava era descobrir que o caminho minimalista não era assim tão simples para quem viveu fortemente condicionado pela sociedade e seus valores que prezam o consumo, a meritocracia e um tipo de moral da qual todos nós somos coagidos a seguir para nos adequar ao mundo. Resolver as principais questões que nos deixam infelizes é simples. Porém, não significa que é fácil. Me frustrei com meu próprio projeto, questionei todas as minhas crenças e tive que transformar minha personalidade para me tornar o eu autêntico que cada um de nós é em essência.

Literalmente, como diz o Dr. Joe Dispenza, "se você quer mudar sua realidade, você vai precisar mudar sua personalidade. Porque nossa personalidade cria nossa realidade" - ele diz. E isso constatei em mim mesmo. Acontece que quando você faz isso, pode perder muita coisa. Perde amigos, família, relacionamento, casamento, oportunidades, coisas materiais e muito não imaginamos. Pouquíssimas pessoas estão dispostas a renascer dentro da própria vida. Não apenas por medo ou conveniência, mas principalmente, porque não fomos educados para fazer isso. Fomos educados não para sermos livres; fomos educados para seguir scripts de uma vida formatada. Nada de errado. Apenas um estilo de vida ultrapassado, penso. Muitas pessoas estão felizes assim e acham ruim quando falo sobre isso. Zona de conforto... ainda. Se for seu caso, não leva a mal. É só minha visão. E para tirar a dúvida avalie sua vida e pergunte se está mesmo feliz com o que tem feito com ela. Se sim, esse texto pode não ser útil. Agora, se não, te convido a ir junto numa viagem até o alívio do desapego.

Descobri ainda que o minimalismo não é simplesmente um estilo de vida. Minimalismo é uma porta de entrada para a espiritualidade.

Deixei o projeto estacionado e também o livro do qual trataria do assunto do desapego, em 2017. Depois ainda investi em seguir outras direções com o projeto e a marca Destralha. Não deu certo. E assim, no meio de perdas consecutivas em muitas áreas, me mantive recluso para colocar as coisas no seu lugar. E acabei descobrindo muito mais do que imaginei. Descobri que sou um empata desde o nascimento, percebi minha mediunidade e uma força interior inesperada. Descobri ainda que o minimalismo não é simplesmente um estilo de vida. Minimalismo é uma porta de entrada para a espiritualidade. Pensa comigo. Se abrimos mão das coisas materiais nos tornamos mais leves e sutis. Esta sensação de leveza nos torna mais atentos as coisas imateriais, do coração e do espírito. Ou seja, aquilo que sabemos que existe mas não podemos ver, tocar ou carregar. E se você está no caminho minimalista e ainda sente que falta algo, digo que esse algo pode ser a espiritualidade. Sem misticismo, é sua intimidade com a própria energia que te dá vida. Cheguei a conclusão de que o minimalismo me direcionou a espiritualidade que me faltava.

Apesar de todo o meu desapego, hoje tenho um grande amor por estar vivo aqui em nossa bela casa chamada Terra. Compreendi a simbiose material e espiritual. Por isso, não me tornei uma pessoa espiritualmente religiosa, abnegada ao extremo ou fui para um mosteiro passar alguns anos de meditação. Poderia ter feito isso, vontade era o que não faltava. O caminho da paz interior também pode ser viciante. E por incrível que pareça é um caminho sedutor! O minimalismo tem um objetivo muito espiritual. Como cuidar do espírito do Planeta, por exemplo. Aquilo que o mantém vivo dando tantos frutos e bênçãos pra nós. Se tudo que anima a matéria é algo invisível e imaterial, aí está o sentido de destralhar os excessos e tornar tudo mais fluído e leve. 

Agora, minha proposta não é só um mergulho no mundo espiritual para viver em reverência ao que é Divino, é um mergulho horizontal na ciência para nos levar a este encontro com a espiritualidade. Não desejo ficar no misticismo, mas fazer o "misticientismo". Uma abordagem que traz o aspecto místico para o científico, para que a gente possa trilhar um caminho convergente entre estas vias. Não vias de mão única, mas vias de mãos dadas.

Foram tantas coisas que aconteceram desde 2014 até hoje! Quase 7 anos de hiato deste projeto que agora retomo com outra perspectiva. É a mesma visão inicial: o desapego. Agora, depois de ter tido tempo focado em mim, em meus próprios excessos e tralhas, o foco é o outro. É o outro que eu puder ajudar a remover as camadas que ofuscam sua luz. Assim, como no exemplo tão falado do avião, se você não colocar a máscara em si mesmo antes e fazer o trabalho, não poderá ajudar o próximo. Eu tentei fazer isso e não rolou. Muitos continuam tentando assim também e a gente vê que não rola mesmo. Não é nada pessoal, é condicional. E assim, agora está faltando oxigênio nos pulmões, dificuldade de respirar, porque não nos cuidamos primeiro. Então veio, de repente, tudo de uma vez. E meu desejo é proporcionar alívio na vida de todos.

A vida tem muitas surpresas e perde a graça se não tiver a caixa para a gente abrir e se surpreender com os presentes que o Universo pode oferecer.

O caminho do desapego, do minimalismo é árduo e ousado. Mas o alívio que traz nos faz continuar com prazer de viver a cada dia mais inabalável, mesmo no meio desse caos. Muito trabalho pela frente e eu trabalho cada vez mais consciente na jornada. A diferença é que consegui ter um vislumbre da minha centelha divina e isso traz uma felicidade ímpar! Faz uma grande diferença você, realmente, ter uma consciência quase literal de que se é parte de Deus. Agora sei que é o momento certo para retornar. Não forcei nada, e estou seguindo a intuição, o coração. No caminho que trilhei durante este tempo, aprendi algumas soluções que agora compartilho para que outras pessoas também possam caminhar com mais leveza. Soluções além da caixa, e com a caixa. Dentro e fora da caixa. A vida tem muitas surpresas e perde a graça se não tiver a caixa para a gente abrir e se surpreender com os presentes que o Universo pode oferecer.

Sob grande pressão e as altas temperaturas da vida, nos lapidamos para nos tornar quem somos de verdade. Somos diamantes raros de alta preciosidade.

Meu raro, minha rara, bem-vindos de volta ao Destralha!

Rica Saturno.

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