Tempos atrás, a farmácia era apenas um local onde você poderia encontrar remédios para aliviar a sua dor, recomendados pelo médico da família. Receitava-se um xarope pra tosse, uma aspirina para resfriado, ou aquela injeção que todo mundo temia. Hoje as coisas são bem diferentes. No lugar do xarope (que a gente fazia careta depois da colherada :P), vários kits vitamínicos de caixas coloridas. Aspirinas evoluíram para toda a sorte de comprimidos: efervescentes, de mascar, colocar embaixo da língua etc. E amparados pelos não-mais-médicos-da-família, estão os diversos vendedores de laboratório espalhados pelos ambientes hospitalares como promotores de venda das pílulas mágicas da cura, do emagrecimento e da felicidade. Remédio virou bem de consumo diário. Infortunadamente, uma triste realidade.

Sem rodeios. A indústria de medicamentos virou um livre comércio de promessas e retroalimentação de doenças. Já vi em anúncios publicitários em portas de farmácias assim: "Tudo o que você precisa para o dia-a-dia!", e então uma pequena lista com analgésico e antitérmico, antialérgico, complexo vitamínico e algum outro que não me recordo agora. Só faltou no pacote algum estimulante sexual. Claro que necessitamos de algum medicamento, mas em casos pontuais. Remédio não é nutrição! E o que a indústria tem estimulado nos últimos anos nos fez criar maus hábitos.

A "caixinha de remédios" se transformou em uma espécie de item de nutrição. Os hipocondríacos ficaram felizes pois ganharam mais adeptos. Estão menos sozinhos e a mania de remédio começou a se transformar em hábito comum. Coisa normal para quem cuida da sua saúde... Há remédios da moda, edições melhoradas, novas fórmulas e embalagens chamativas. Houve até uma medida do governo para que as farmácias parassem de expor medicamentos em displays, como em banca de feira. Lamentável a criação desse comércio indiscriminado. A boa notícia é que podemos nos reeducar destralhando nossa caixinha de remédios, com a consciência de que podemos utilizar alternativas mais naturais e menos agressivas. Além de procurar nossas curas através da origem dos nossos problemas. Levando ao pé da letra o antigo ditado que diz que é melhor prevenir do que remediar.

O que fazer então? Ir atrás da fonte dos nossos problemas. Muitos estudos científicos, holísticos e até espirituais nos dizem que um problema físico só acontece depois de ter acontecido em um plano emocional, astral, o que seja. O que importa é ter consciência de que nossas atitudes e comportamentos em relação a nós mesmos "startam" dores e doenças físicas. Como a falta de cuidados com nossas emoções, a falta de respeito das nossas vontades, as repressões emocionais que nos causamos por intermédio de valores ou crenças, traumas não curados ou incompreendidos, enfim.

O emocional e psicológico é o foco para a gente cuidar bem e evitar todo o azar de dores crônicas, maus súbitos e doenças diversas. Tive depressão que me causou dores físicas também. E conheço outras pessoas que estiveram em situações semelhantes e acabaram nos hospitais com diagnósticos de vários tipos de enfermidades, dores e sintomas físicos. Você também deve conhecer alguém que reclama de dores ou que passam mal em determinadas situações; que tomam remédios controlados para ansiedade, insônia e outros distúrbios. E o que dizer sobre aquelas dores que são frequentes e nunca aparecem nos exames? Isso não acontece por acaso. Aliás, nada acontece por acaso, nós sabemos. É um processo. E o exagero de remédios e medicamentos na tentativa de sanar os problemas em seus efeitos, só contribui para a perpetuação desses males.

O caso dos ansiolíticos e antidepressivos é o maior dos exemplos. Alguns profissionais, praticamente, são publicitários que vendem a pílula da felicidade. Descontos em laboratórios e milagres em forma comprimidos são oferecidos como grandes vantagens. Medicamentos para transtornos psicológicos estão no TOP 5 das vendas. E como ainda existe preconceito sobre esse tipo mal, muitas pessoas mantêm em segredo o consumo desses remédios para não ser considerados "loucos" diante dos outros. Já que quem toma "remédio para cabeça" pode ser considerado "anormal".

Utilizar com consciência qualquer medicamento é a chave para nunca mais precisar deles. E o que é essa consciência? É a noção de que um remédio serve apenas de apoio temporário para que você tenha forças e sabedoria para encontrar a verdadeira causa do que provoca suas dores, sejam elas quaisquer forem. Ter consciência disso é expor os seus males, se observar bastante, procurar se conhecer para se curar com sua própria energia de vida. Quem já não ouviu falar também, de alguém que melhorou de uma dor de um dia para o outro, depois que começou um relacionamento saudável, por exemplo?

Entre outras coisas, pode ser uma relação mal resolvida com alguém, com a família, um perdão, um perdoar. Muitas coisas que agora confundem nossa mente pode estar provocando ou estão a ponto de provocar alguma dor física. E ao invés disso, ao invés de procurar alívio na caixinha de remédios, tente encontrar o verdadeiro motivo da dor. Quando prestei mais atenção em mim mesmo, percebi que muitas vezes o uso de remédios e medicamentos sintéticos era um tipo de fuga momentânea da realidade e da real causa da dor, que muitas vezes eu mesmo desconhecia. Então que tal destralhar a caixinha do remédio, a caixinha da dor? Existem várias caixinhas dentro da gente, de poderes tão incríveis que talvez nunca tenhamos aberto!


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