Quando falamos em termos de "ismos": cristianismo, islamismo, capitalismo, feudalismo, logo se tem uma ideia de doutrinas filosófico-religiosas, políticas ou sectárias. Com o minimalismo isso não é diferente. É mais um termo que classifica um fenômeno social. Sua origem vem do movimento artístico, em Nova York, na década de 1950, marcado pela simplificação das formas e das cores nas obras da pintura e da escultura da época.

O conceito trouxe para o cotidiano um estilo de vida moderno que, assim como na arte, busca a essência das coisas e a redução do que pode ser considerado desnecessário para viver. Partindo deste princípio, não é nenhum tipo de seita onde existem regras e preceitos a serem cumpridos. Cada um determina o que é essencial em sua vida de acordo com seu autoconhecimento.

É inevitável que estas escolhas sejam baseadas na redução de excessos, uma vez que a busca pela simplicidade fica cada dia mais difícil num mundo caótico de informações em todas as searas da vida. Encontrar a própria essência se tornou o maior desafio de todos. Quanto mais coisas se acumulam, mais distantes ficamos do que realmente importa.

Trabalhamos com o que não gostamos para levantar dinheiro para fazer o que realmente amamos. Compramos tudo que é coisa pra poder nos sentir mais pleno e valorizado. Guardamos sentimentos diversos ao longo da vida que começam a se transformar em doenças físicas e psicológicas. Principalmente, acumulamos uma culpa imensa dentro no nosso eu gerada por verdades estabelecidas pela sociedade. É muita energia desperdiçada no acúmulo de todas essas tralhas.

Mais importante do que as tralhas materiais, as tralhas emocionais são a origem de todas as outras tralhas palpáveis, na minha opinião. A todo momento estamos preenchendo vazios interiores com coisas materiais. É estranho dizer que as maiores tralhas não possam ser colocadas num saco a espera do caminhão de lixo passar. Essas não conseguimos tocar, nem ver, nem doar. Apenas sentir.

Gosto de dizer que o minimalismo é um esclarecimento; uma ferramenta para nos sintonizar com a nossa origem. E a partir daí tomar as decisões baseadas no desapego de coisas e sentimentos que não nos acrescentam em nada, ou melhor, acrescentam e acumulam. Ocupam o espaço-tempo destinado a o que viemos fazer aqui. Celebrar a vida e ser feliz.


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