Quando eu era menino colecionei algumas coisas: bolinhas de gude, carrinhos, cartuchos de Atari. Depois me apaixonei pela música e fui juntando fitas k7 gravadas e vinis. Então saiu o cd. Achei o máximo. Me desfiz dos k7 e vinis para colecionar apenas cd's das minhas bandas preferidas.

Mais uma vez a tecnologia avançou para o mp3. E então comecei a olhar torto para aquela pilha de caixinhas compactas. Não era do tipo colecionador compulsivo como aqueles que não saem de uma loja sem levar nada. Comprava meus cd's esporadicamente. Isso dinimuiu bastante após o mp3.

Já faz algum tempo que queria destralhar meus compact discs e a hora chegou. Durante este tempo todo consegui acumular 222 cd's. Eles ocupavam um espaço considerável no rack a minha sala. Só estavam ali para juntar poeira. Cataloguei todos e anunciei num site de venda na internet. Fiquei surpreso com a procura. Não imaginava que haviam tantas pessoas interessadas. Em menos de vinte e quatro horas eles já não estavam mais comigo.

Vendi para uma pessoa que coleciona com gosto. Além de cd junta também vinil e dvd. Negócio proveitoso para ambas as partes. Ela com mais alguns exemplares raros em sua coleção e eu mais destralhado de coisas materiais sem uso. Sem falar no espaço de quase um metro quadrado arejado na sala.

Gosto é gosto e prefiro utilizar as benesses da tecnologia. Há quem prefira aumentar a cada dia seus sebos particulares. O músico Ed Motta, em entrevista, disse trazer de uma viagem ao Japão nada mais nada menos que 3000 vinis!

Hoje é possível levar tudo quanto é música pra qualquer lugar dentro de um player no bolso. Não vejo mais motivo para acumular as caixinhas, ter mais objetos para limpar e ainda aumentar o número de volumes em uma possível mudança. O que mais gosto disso tudo é a sensação de desapego e liberdade que traz. Sem contar meus recursos de volta para fazer alguma coisa memorável, uma viagem por exemplo.



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